domingo, 20 de janeiro de 2008

Segredo de nuvem de Antimatéria desvendado!

Segredo de nuvem de Antimatéria desvendado! PDF Imprimir E-mail
Sábado, 19 Janeiro 2008

Image (Buraco negro)

Traduzido e adaptado por: Raul Mendes
A Antimatéria, que aniquila a matéria ao contacto, parece ser rara no Universo. Mesmo assim, há décadas que os cientistas têm pistas de que uma vasta nuvem de antimatéria deambula pelo espaço, mas não sabiam de onde esta tinha surgido.

A misteriosa fonte desta antimatéria foi agora descoberta — Estrelas que foram dilaceradas por Estrelas de Neutrões e por Buracos Negros.

Enquanto que os sistemas de propulsão a antimatéria, são até agora Ficção Científica, a antimatéria é algo, bastante real, no Presente.

O que é?

Todas as partículas elementares, tais como os protões e electrões, têm os seus equivalentes de antimatéria que têm a mesma massa mas cargas opostas. Por exemplo, a partícula de antimatéria (ou antipartícula) oposta ao electrão, que tem carga negativa, é conhecida como anti-electrão, ou Positrão, que tem a mesma massa que o electrão, mas tem carga positiva. O mesmo acontece com o Protão, que tem carga Positiva e o seu equivalente em antimatéria, o antiprotão, tem a mesma massa mas carga negativa.

Quando uma partícula encontra a sua antipartícula, elas destroem-se mutuamente, libertando grandes quantidades de energia como os Raios Gama. Em 1978, detectores de Raios Gama instalados em balões detectaram um tipo de Raio Gama emergindo do espaço que é conhecido por ser emitido quando os electrões colidem com positrões — o que provou que havia antimatéria no espaço.

“Foi uma grande surpresa, na altura quando se descobriu que parte do Universo era feita de antimatéria.” disse Gerry Skinner, um astrofísico que trabalha no Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, Maryland, EUA.

Estes Raios Gama vieram aparentemente de uma nuvem de antimatéria com cerca de 10 000 anos-luz de diâmetro, que rodeia o núcleo da nossa galáxia. Esta nuvem gigante brilha no comprimento de onda dos Raios Gama, com uma energia equivalente a 10 000 Sois.

O que gerou exactamente a antimatéria foi um mistério nas décadas seguintes. As suspeitas incluíam tudo, desde estrelas que explodiram até Matéria Escura.

Agora, uma equipa de pesquisa internacional que estudou durante quatro anos os dados do satélite, da ESA, INTEGRAL (International Gamma Ray Astrophysics Laboratory), aponta para a causa aparente. As suas descobertas sugerem que estes positrões são originários, maioritariamente de estrelas que são devoradas por Buracos Negros e Estrelas de Neutrões.

Conforme um Buraco Negro ou uma Estrela de Neutrões destroem uma estrela, grandes quantidades de radiação são libertadas. Os cientistas pensam que, tal como os electrões e os positrões emitem Raios Gama quando se aniquilam, os Raios Gama também se podem combinar para formarem electrões e positrões, fornecendo o mecanismo para a criação da nuvem de antimatéria.

Biliões e Biliões

Os investigadores calculam que uma estrela relativamente normal sendo dilacerada por um Buraco Negro ou uma Estrela de Neutrões que a orbita — ao que se chama “Binário de Raios-X de pequena massa” — pode lançar cerca de 1x1041 positrões por segundo. Isto pode contar como um grande feito reduzindo, ou mesmo eliminando a necessidade de se recorrer a explicações exóticas tais como as que envolvem a Matéria Escura.

“Estimativas simples sugerem que cerca de metade e possivelmente toda a antimateria vem de Binários de Raios-X.” disse os investigador Georg Weidenspointner do Institudo Max Planck Para a Física Extraterrestre, na Alemanha.

Agora que testemunharam a morte da antimatéria, os cientistas esperam ver o seu nascimento.

“Seria interessante se os Buracos Negros produzissem mais matéria que as Estrelas de Neutrões, ou vice-versa, embora seja cedo demais para dizer se é duma maneira ou de outra.” Explicou Skinner. “Pode ser surpreendentemente difícil dizer a diferença entre Binários de Raios-X que contenham Buracos Negros ou Estrelas de Neutrões.”

Weidenspointner, Skinner e os seus colegas, detalharam as suas descobertas na revista Nature de 10 Jan.

Traduzido e adaptado por: Raul Mendes, - Projecto Crepúsculos no Concelho

Fonte: http://www.space.com/scienceastronomy/080111-antimatter-space.html

cj, 19 de Janeiro de 2008

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